sexta-feira, julho 23, 2010

Uma bonita entrevista com um tuareg

Uma bonita entrevista com um tuareg realizada por:
VÍCTOR-M. AMELA a: MOUSSA AG ASSARID)


Não sei minha idade. Nasci no Deserto do Saara, sem documentos.
- Nasci em um acampamento dos nômades tuaregs entre Timbuctu e Gao, ao norte de Mali, Fui pastor de camelos, cabras, cordeiros e vacas de meu pai. Hoje estudo gestão na Universidade de Montpellier.
Estou solteiro. Defendo aos pastores tuaregs.
Sou muçulmano, sem fanatismo.
- Que turbante tão formoso!
É uma fina tela de algodão: permite tapar o rosto no deserto, e continuar a ver e respirar através dele.
-É de um azul belíssimo…
-Nós, os tuaregs, somos chamados de homens azuis por isso:
O tecido solta alguma tinta e nossa pele adquire tons azulados
Como conseguem esse tom de azul anil?
Com uma planta chamada índigo, mesclada com outros pigmentos naturais. Para os tuaregs o azul é a cor do mundo.
-Porque?
-É a cor dominante: é a cor do céu, do teto de nossa casa.
-Quem são os tuaregs?
-Tuareg significa “abandonados”, porque somos um velho povo nômade do deserto, solitários e orgulhosos: “Senhores do Deserto, é como nos chamam. Nossa etnia é a amasigh (bereber), e o nosso alfabeto, o tifinagh.
-Quantos são?
- Uns três milhões, e a maioria permanece nômade.
Mas a população diminue. “É preciso que um povo desapareça, para que saibamos que ele existiu!” Apregoava um sábio. Eu luto para preservar esse povo.
- A que se dedicam?
- Pastoremos rebanhos de camelos, cabras, cordeiros, vacas e asnos num reino de imensidão e de silêncio
-O deserto é realmente tão silencioso?
- Quando se está sozinho naquele silêncio, ouve-se o batimento do próprio coração. Não há lugar melhor para se estar sozinho.
-Quais recordações de sua infância vc conserva com maior nitidez?
- Desperto com a luz do sol e ali estão as cabras de meu pai. Elas nos dão leite e carne, nós a levamos onde há água e pasto… Assim fizeram meu bizavô, meu avô e meu pai… e eu.
- Não havia outra coisa no mundo além disso. E eu era muito feliz com isso.
-De fato! Não parece muito estimulante…
- Mas é muito! Aos sete anos já te deixam afastar-se do acampamento para que aprendas coisas importantes: farejar o ar, escutar, apurar a vista, orientar-se pelo sol e as estrelas… E a deixar-se levar pelo camelo, se vc se perder. Ele te levará onde há água.
Saber isso é valioso, sem dúvida…
Ali tudo é simples e profundo.
Existem muito poucas coisas. E cada uma tem um enorme valor!
- Então esse mundo e aquele são muito diferentes, não?
-Ali cada pequena coisa te proporciona felicidade.
Cada toque é valorizado. Sentimos uma enorme alegria pelo simples fato de nos tocarmos e estarmos juntos. Ali ninguém sonha com chegar a ser, porque cada um já o é!
-O que mais o chocou em sua primeira viagem à Europa?
-Ver as pessoas correndo pelo aeroporto. No deserto só se corre quando vem uma tempestade de areia. Me assustei. É claro!
-Eles apenas iam buscar suas malas…
- Sim! Era isso. Também vi cartazes de mulheres nuas. Me perguntei: porque essa falta de respeito para com a mulher?
Depois, no Íbis Hotel, vi a primeira torneira da minha vida, vi a água correndo e senti vontade de chorar…
- Que abundância! Que desperdício! Não?
- Todos os dias da minha vida consistiam-se em procurar água.
Quando vejo as fontes ornamentais aquí e acolá, continuo sentindo por dentro uma dor tão intensa…
-Tanto assim?
- Sim! No começo dos anos 90 houve uma grande seca. Morreramos animais e nós adoecemos. Eu tinha uns 12 anos e minha mãe morreu. Ela era tudo para mim! Me contava histórias e ensinou-me a contá-las muito bem. Ela me ensinou a ser eu mesmo.
- O que sucedeu com sua família?
Convenci meu pai que me deixasse ir à escola. Quase todo dia
caminhava 15km. Até que um dia o professor me arranjou um
lugar para dormir e uma senhora me dava o que comer, quando
eu passava em frente à sua casa.
Entendi que essa ajuda vinha de minha mãe.
-De onde surgiu esse desejo de estudar?
-Uns dois anos antes, havia passado pelo nosso acampamento o
rally Paris-Dakar, e uma jornalista deixou cair um livro de sua
Mochila. Eu o apanhei e lhe entreguei. Ela me deu o mesmo de
presente. Era um exemplar do Pequeno Príncipe e eu me
prometi que um dia conseguiria lê-lo.
- E conseguiu.
Sim! Foi assim que consegui uma bolsa de estudos na França.
- Um Tuareg na universidade!
Ah, o que mais sinto falta aqui é o leite de camela... E o calor da
fogueira, e de andar com os pés descalços na areia quente.
Lá nós olhamos as estrelas todas as noites e cada estrela é
diferente das outras como cada cabra é diferente.
Aqui, à noite, você olha para TV.
- Sim! E o que vc acha pior aqui?
- Vocês tem tudo, mas não acham suficiente. Vocês se queixam.
Na França passam a vida reclamando! Aprisionam-se pelo resto
da vida à uma dívida bancária, num desejo de possuir tudo
rapidamente ...
No deserto não há congestionamentos. e você sabe por quê?
Porque lá ninguém quer ultrapassar ninguém!
- Conte-me um momento de extrema felicidade no seu deserto distante.
- Todo dia, duas horas antes do pôr do sol: a temperatura abaixa,
mas ainda não chegou o frio, e os homens e os animais,
lentamente voltam para o acampamento e seus perfis são
recortados em um céu cor de rosa, azul, vermelho, amarelo, verde...
Fascinante, na verdade...
É um momento mágico ...
Entramos todos na cabana e colocamos o chá para ferver.
Sentamo-nos em silêncio, a ouvir a ebulição ...
A calma invade todos nós, e o nosso coração bate ao ritmo
Do barulho da fervura...
-Que paz!
Aquí vocês tem relógio…
… lá temos tempo.
VOCÊ TEM O RELÓGIO, EU TENHO O TEMPO!
NA NOSSA VIDA O TEMPO NÃO DEVE SER APENAS O MARCADO NO RELÓGIO.
QUANTAS VEZES NOS NOSSOS DIAS NOS FALTA “O TEMPO”?
O tempo é como um rio.
Você não pode tocar a mesma água duas vezes,
porque a água que passou, não passará de novo.
Aproveite cada momento da vida...
ENCONTRE TEMPO PARA VIVER
Se você vive dizendo como você está ocupado, então você nunca estará livre.
Se você vive dizendo que você não tem tempo, então você nunca terá tempo.
Se você vive dizendo o que vai fazer amanhã, esse amanhã nunca chegará.
Aproveite cada momento da vida ...
Se você não usar o seu tempo durante o dia, você é o perdedor.
É impossível voltar atrás.
Valorize cada momento vivido, e esse tesouro terá muito mais valor
se você compartilhá-lo com alguém especial, especial o suficiente
para vc gastar com ele o seu tempo...
e lembre-se que o tempo não espera por ninguém


Jaak Bosmans
-Embaixador da Paz pelo “Cercle Universel des Ambassadeurs de La Paix”
Genebra – SUISSA / Orange – FRANÇA-nº1019
-Presidente da Academia de Artes, Letras e Cultura “Maestro Arthur Bosmans”
http://academiadeartes-maestroarthurbosmans.blogspot.com
-Vice Presidente da Universidade Planetária do Futuro
-Curador de Arte e Poesia da U. P. F.
*U. P. F. - Presidente: Ana Felix Garjan
*GRUPOS ARTFORUM BRASIL UNIFUTURO
http://projetoartforumuniversidade.blogspot.com
http://revistaartforumcultural.blogspot.com
http://www.artforumunifuturobrasil.org
http://cidadeartesdomundo.com.br
-Coordenador do Núcleo ARTFORUM BRASIL XXI - B.Hte.
http://revistaartforumcultural.blogspot.com

Um comentário:

Anônimo disse...

Jaak, parabens pelo belissimo trabalho ! Estou encantanda com esta revista eletronica e irei dividi-la com amigos. Obrigada por se lembrar de mim, de dividir comigo sua arte ! Eu a aprecio muito !Que DEUS seja sempre seu guia e que a sabedoria seja sempre sua companheira ! Grande abraco ! Lucimar Carvalhaes.

Boas vindas! Welcome! Bienvenido!

::: A Revista Planetária - Artforum Internacional faz parte do sistema de projetos dos Grupos da Artforum Brasil XXI. O blog da revista foi aberto em 02 de março de 2009.

Desejamos que este espaço multicultural seja motivador para seus convidados, seguidores e leitores.

Brasil, 02 de Março de 2011

Ana Felix Garjan, diretora cultural
Artforum Mundi Planet
Grupos ARTFORUM Brasil XXI
Artforum Renasissance Vie Universelle

A Arte aproxima as pessoas

Boas Vindas! Welcome! Bienvenidos!

Pense hoje-agora, com o seu melhor da alma nas mãos, no seu olhar, nas atitudes que nascem da cultura de Paz! Sejamos novos e belos! Sejamos leves, doces e ternos, pois ainda há tempo! E o tempo é o de construir novos caminhos da cultura e arte sem fronteiras, da arte e da poesia que unem pessoas!

Ana Felix Garjan - PoéticaAlmaAzul
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Pensamos sobre o hoje e o futuro. Aqui somos mais uma esquina do mundo onde a arte e a cultura são nossos elos e conexões com o hoje, o amanhã e o futuro... Como será o pensamento dos poetas e artistas do futuro? Como será a poética e estilística dos seguidores da Arte? A Revista Planetária - Artforum Internacional é um meio de comunicação dos Grupos Artforum Brasil XXI - 10 anos, para sinalizar e divulgar assuntos, temas, projetos e eventos de arte, poesia, literatura e cultura global, através dessa janela na esquina do mundo globalizado. Sejam todos bem vindos!

Brasil, março de 2009 - século XXI.

Ana Felix Garjan
Diretora Cultural dos Grupos
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Revista Planetária - ArtForum Internacional

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