segunda-feira, setembro 08, 2014

Luzes e Nuances: homenagem a São Luís 402 anos, por Ana Felix Garjan e Convidados

São Luís - Patrimônio Cultural do Maranhão, do Brasil e da Humanidade, em seus 402 anos de fundação!



























Poema de amor a São Luís, 402 anos de sua fundação, 
em 8 de setembro de 2014


São Luís da humanidade


                                                  Ana Felix Garjan


Habitantes das cidades:
Vejam os ritos desta terra,
ouçam a voz dos pandeirões,
os sons e ritmos das matracas,
sintam o vibrar das calçadas,
dancem  os ritos enfeitados de fitas,
e toquem nas cores de São Luís!

Habitantes de outras terras:
Escutem os sons mágicos desta cidade,
façam reverência pras caixeiras do Divino,
rezem para o espírito das águas,
dancem com os brincantes de bumba – bois
e das festas encantadas de sons africanos!

Habitantes de todas as terras do mundo:
venham mirar os mirantes azuis existentes,
corajosos e testemunhas do tempo de São Luís,
que teimosos observam os caminhantes das ruas
E pedem socorro aos filhos da cidade!

Habitantes de São Luís:
esta cidade patrimônio da humanidade
é mistério, ilha encantada,
pedaço de terra solto no mar do leste,
é farol que ilumina e une sonhos
do lado latino e da Europa ocidental.

São Luís, berço sagrado:
Tua cidade será palco iluminado de justiça e paz
na primavera dos teus 402 tempos, dias e noites,
segue teu tempo, sonho, transporta espaços,
tu és poesia, rito e paixão para quem te ama,

Escuta São Luís, meu amor:
acordei no dia da noite encantada,
fui à casa dos sonhos, acendi faróis nas tuas águas,
escrevi pauta de sinfonia, fotografei tua alma, energia,
toquei uma canção, cantei uma poesia, pintei teu coração.

******************















I
Igreja do Carmo, São Luís - Patrimônio da Humanidade.




Porta principal do Palácio de La Ravardière, um dos fundadores
da Ilha do Maranhão - São Luís, em 1612.


São Luís possui influência histórica e cultural européia, uma vez que suas construções arquitetônicas do século XIX possuem características francesas, portuguesas e holandesas. Seu traçado urbanístico central foi planejado, conforme estudos feitos sobre seu traçado quadrilátero ortogonal, com influência espanhola. Esse dado foi muito importante para que São Luís viesse a ser tomada como Patrimônio Cultural da Humanidade, pela UNESCO, em dezembro de 1997.

Há em São Luís um rico patrimônio histórico, cultural, material e imaterial. Seus casarões com fachadas de azulejos fazem de São Luís uma bela cidade inédita, e sua localização geográfica é estratégica, no estado.

Seus historiadores, escritores, poetas, cantores, músicos, atores e atrizes populares contribuem para sua grandeza cultural, literária e artística. Seu folclore possui influência africana, sua quadrilhas juninas, o tambor-de-crioula, são danças que possuem influência africana, francesa, portuguesa e caribenha. Os bumba-bois retratam o diálogo entre africanos e indígenas.

São Luís já foi considerada Atenas Brasileira, na época em que as letras e artes eram destaque local, nacional e internacional, através de seus filhos maranhenses, como Aluísio de Azevedo, Arthur Azevedo, Graça Aranha, Gonçalves Dias, e tantos outros nomes de ilustres maranhenses.

A culinária ludovicense resulta da influência cultural portuguesa, africana, indígena, árabe e francesa, e sua magia atmosférica fazem da cidade um lugar pitoresco, onde a diversidade de ritmos, danças e cantos nos encanta, ainda, embora haja uma diversidade cultural cada vez mais acentuada entre os grupos culturais e os costumes que se modernizam constantemente, enquanto seu lado histórico necessite, com urgência, de recursos que viabilizem a restauração de monumentos, casarios, azulejos, museus, estátuas e logradouros.






Janela do Palácio dos Leões e lampiões coloniais, photo por Ana Felix Garjan


ODE A SÃO LUÍS

Wilson Pires Ferro

Na baía de São Marcos,
de um perfil soberano,
uma ilha grande, formosa,
num golfão do oceano.

Upaon-açu dos nativos,
colônia dos portugueses,
habitada por primitivos,
fundada pelos franceses.

Terra de escritores e poetas,
amantes, afeitos à literatura,
berço de talentosos estetas,
celeiro invulgar de cultura.

Na economia realçou o algodão,
matéria-prima para os tecidos,
várias fábricas na sua confecção,
um ciclo nos tempos perdidos.

Fase de prosperidade evidente,
a capital cresce, se expande,
a nobreza, a classe emergente,
ricas moradas na Praia Grande.

Inúmeros, centenários casarões,
a cidade, a Lisboa assemelhada,
palacetes com amplos salões,
azulejos revestindo as fachadas.

Miragem de sinuosos telhados,
arqueados, graciosos beirais,
a beleza de antigos sobrados
dos áureos tempos coloniais.

Sobradões de poucos andares,
no interior, artísticas escadas,
ambiente de discretos olhares,
debruçadas, solarengas sacadas.

Imponente, no último andar,
um soberbo, altivo mirante,
uma visão da praia, do mar
mirando longe o horizonte.

Notável expressão do romantismo,
em uma coluna no centro da praça,
em poesias, exaltando o indianismo,
Gonçalves Dias, o poeta da raça.

Olhos d'água fluindo de minas,
mananciais em aprazíveis locais,
fontes de águas puras cristalinas,
do Ribeirão, do Bispo, outras mais.

Ruas estreitas, estreitas calçadas,
em aclives e declives, as ladeiras,
escadarias, charmosas escadas,
nas praças, vistosas palmeiras.

Nas ruas, pitorescos transportes,
os condutores, gentis motorneiros,
veículos confortáveis, bem fortes,
percorriam fascinantes roteiros.

Destes, só lembranças passadas,
quando o futuro parecia alvissareiro,
os trilhos sob as ruas asfaltadas,
hoje nem bonde nem passageiro.

Não se ouve o apitar do trem,
uma atração constante, diária,
a cidade já teve, mas não tem,
a estação não é mais ferroviária.

Igrejas embelezando ruas e praças,
repletas de fiéis em sublime oração,
de joelhos, nos altares, buscam graças,
templos sagrados de fervor e devoção.

São repositórios de eventos, na memória,
guardam estilos de épocas já distantes,
patrimônio cultural de muita história,
recordando o passado a cada instante.

Ao tempo, resistem os monumentos,
lembram feitos dos heróis e bravos,
de alegres e tristes acontecimentos,
da Cafua, o mercado de escravos.

Lendas envolvem o seu passado,
tempos lembrados em cada canto,
muitos fatos ainda não contados,
a cidade admirada pelo encanto.

Extensas praias, sol e maresias,
povo alegre, sofrido, mas feliz,
cantores ensaiam melodias,
gorjeiam sabiás e bem-te-vis,
poetas declamam poesias,
hinos de louvor a São Luís.


BIOBIBLIOGRAFIA DE WILSON PIRES FERRO

Nasceu em Coroatá-MA, em 30.07.1936. Faleceu em 20.01.2014. Era Bacharel e Licenciado em Geografia e História, Pós-graduado em Segurança e Desenvolvimento e Professor aposentado da Universidade Federal do Maranhão. Foi Diretor do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas. Seus livros: A Educação e os Desportos como indicadores do desenvolvimento de uma naçãoVersos e anversos (em coautoria), Espelhos de São LuísDepois que o sol se põe e Sombras da noite, ambos de contos para a juventude, e Quando eu era pequenino, de histórias infantis.






Sinergia do tempo em ti


                                                                                    Ana Felix Garjan


São Luís de 402 anos:
Um longo tempo passou
muita história e lenda contaram.

São Luís: sentimento encantado,
ilha misteriosa, vestida de azulejos,
sonhos e castelos de areia no m(ar)...

Quero ler nas tuas ruas e avenidas
meus versos azuis azulejantes, sutis.
e a poesia, filha das encantadoras fontes
embalou sonhos de teus filhos e amantes.

Quero ler a linguagem de tuas águas agora,
as vozes dos sete mares que te rodeiam
anseiam por ti e abrem tuas janelas
cobertas de azulejos, vindos de longe.

Quero compreender os mistérios
de tua alma profunda, de teu mar oceânico,
dos versos e prosas dos teus anjos-guias.
E em todos nós reluz pura e doce magia.

São Luís: que meu olhar audaz nas esquinas
compreenda tuas lutas, batalhas e glórias,
mistérios do teu passado de 402 anos,
reverenciados no tempo do nosso mundo.

Que sonhem mais, os poetas, artistas e escritores,
sonhem mais teus cantores que dançam na noite,
sonhem mais eles e todos, com justiça e tua paz,
temos fé nos versos dos teus anjos protetores.

Que as almas eternas de teus poetas enviem luz,
façam mágicas de energias, digam versos doces
aos artistas aprendizes das brisas da tua primavera
Que te abraçam todos os dias e te beijam, nessa primavera.
..........................


Dialogando com o príncipe dos poetas, na ilha de São Luís.

                                                            Ana Maria Felix Garjan*

Gonçalves Dias, 191 anos de nascimento: escute nossos poemas!
São Luís 402 anos: escute os tambores, veja nossa arte, sinta nossos amores!

Gonçalves Dias, poeta caxiense, maranhense, brasileiro, escute nossos poemas em tua homenagem. Tua poesia atravessa cidades, países e continentes do mundo, que se unem em torno de tua obra eterna!

São Luís 402 anos de fundação, escute cidade rebelde, os tambores, o canto afro-religioso das caixeiras do Divino! Veja nossa arte, sinta nossos amores, poesia, literatura e coreografias! Escute os fortes sons vibrantes dos bumba-bois nos terreiros, ruas e calçadas! Admire, do alto daquele mirante, os belos barcos antigos a vela, no nosso Rio Anil! E os belíssimos fins de tarde com pôr-do-sol vibrante, sob o olhar sensível de teus amantes que atravessam as pontes para admirarem tua luz dourada, amarela, laranja e vermelha na Praia de São Marcos, na bela Avenida Litorânea e no Espigão da Ponta D’Areia, no final da Península de São Luís, local de onde podemos ver muitos prédios construídos e outros em construção...

Mas até quando esse pedaço da ilha vai suportar tantos prédios em concreto, ferro, gesso, equipamentos e milhares de carros a circular?  Talvez a grande serpente que envolve São Luís acorde com o peso sobre sua cabeça e sua cauda e assombre a Lagoa de Ana Jansen.

... E daquela janela de uma bela torre, do lado poente da ilha, muitos entardeceres foram vistos, sentidos e fotografados sob olhares sensíveis, que retrataram os mergulhos do sol no Atlântico..., em suas ondas que levaram o poeta caxiense para uma viagem além-mar, da qual jamais iria retornar...

A obra do poeta Antonio Gonçalves Dias é grandiosa e, portanto, universal! Todas as homenagens, odes, sinfonias, cantos e espetáculos são representações e aproximações à sua obra que conquistou imortalidade, a partir de sua história de vida e da vida de sua obra literária, cuja gênese ocorreu em um pequeno povoado de Caxias, em 10 de agosto de 1823.

Dos séculos passados à atualidade, são muitos os autores que se dedicam a analisar o valor literário dos escritos de Gonçalves Dias, sob a forma de poesias e peças teatrais, buscando identificar as relações entre o mundo exterior e interior, que suscitaram a sua inspiração e sua forma surpreendente de produzir objetos poéticos mesclados de elementos objetivos, simbólicos e imaginários, como a Canção do Exílio, cuja matriz se tornou clássica e reproduzida por muitos autores da segunda geração de românticos, como Casimiro de Abreu, seguido de poetas e escritores modernistas, como Carlos Drummond de Andrade e críticos, como Chico Buarque de Holanda.

A Canção do Exílio foi recriada e parodiada por inúmeros poetas modernistas, segundo alguns autores. Seus versos estão citados no Hino Nacional Brasileiro, nas estrofes: “Nossos bosques têm mais vida,/ Nossa vida, mais amores”.

Destacamos algumas releituras e citações que o imortal Antônio Gonçalves Dias recebeu, através de poetas brasileiros, tais como:
Canção do Exílio - Casimiro de Abreu
Canto de Regresso à Pátria - Oswald de Andrade
Europa, França e Bahia - Carlos Drummond de Andrade
Nova Canção do Exílio - Carlos Drummond de Andrade
Canção do Exílio - Murilo Mendes
Canção do Expedicionário - Guilherme de Almeida
Uma Canção - Mário Quintana
Jogos Florais I e II - Antônio Carlos de Brito (Cacaso)
Canção de Exílio Facilitada - José Paulo Pais
Lisboa: Aventuras - José Paulo Pais
Sabiá - Letra de Chico Buarque de Holanda e música de Antônio Carlos Jobim
Terra das Palmeiras – Taiguara
Pátria Minha - Vinícius de Moraes



Segundo Sylvia Helena Cyntrão, autora da dissertação A ideologia nas canções de exílio: ufanismo e crítica (1988), Gonçalves Dias não apenas traduziu o furor ativista da pós-independência ou o sentimento saudosista de um jovem exilado em Coimbra. O poeta falou de emoções universais profundas, transcendendo espaço e tempo: seu lirismo interno abriu caminhos na sensibilidade do século XIX, perpetuando-se até os nossos dias. (Cyntrão, 1988, p.26).

Não há, é claro, a continuidade de uma mesma vertente de romantismo e de nacionalismo, nos trabalhos dos poetas contemporâneos, sobretudo aqueles que realizaram seu trabalho literário de cunho político, na época do combate ao obscurantismo implantado pela ditadura militar. Entretanto, a revisitação ao tema do exílio deixa entrever que, pelas lentes originais de Gonçalves Dias, foi apreendido e explicitado um tema recorrente, que expressa sob ângulos diversos, a própria condição humana em busca de um porto seguro, simbolizado pela terra de nascimento, pela pátria, pela própria morada talvez, compreendida em seu sentido mais subjetivo.

Esse poeta de origem mestiça, marcado pelo estigma do preconceito racial e social, projetou-se no cenário da literatura nacional, sendo considerado o fundador do romantismo e um integrante da corrente do indianismo e, mais do que isso, o precursor do movimento de nacionalização da literatura brasileira, ainda que também possa se identificar um viés, resultado de sua ampla formação cultural, em que se externava um certo nacionalismo, que não abdicava do diálogo com a produção literária dos seus contemporâneos ibéricos, a quem buscara conhecer em sua estada em Coimbra, ainda quando cursava a Faculdade de Direito e, também, quando percorreu diversos países europeus em missões científicas.

Ainda que estivesse dialogando com seus pares, quando em 1846, lança sua primeira obra literária, realça seu desejo de não se deixar aprisionar pelos padrões da estética literária da época.  Faz mesmo uma declaração de “independência”, ao afirmar “menosprezo pelas regras de mera convenção” ao escrever o prólogo de seu livro, lançado com seus próprios recursos. 

Ainda dialogando com o poeta caxiense.

Escute meu poeta:

Caxias segue seu destino, há novas instituições, e uma delas, a mais nova, homenageia o nome do caxiense Gonçalves: Espaço Cultural Gonçalves Dias, para que o nome do poeta e sua obra estejam em diálogo silencioso, no mesmo espaço onde estão obras de autores caxienses, ludovicenses, maranhenses, brasileiros, latino-americanos e de países da Europa, para que se produza uma amálgama composta pela poesia com todas as artes, em prol da cultura, além do horizonte do Morro do Alecrim, onde resistem ao tempo as ruínas da Balaiada, que elevou a história de Caxias no cenário nacional.

Antônio Gonçalves Dias, nós te homenageamos a cada visita realizada por professores, alunos universitários, pesquisadores, jornalistas, meios de comunicação, professores e alunos de escolas municipais de Caxias e de outros pequenos municípios, bem como representantes institucionais caxienses, maranhenses e de outros estados, que visitam esse espaço que compõe o panorama cultural de Caxias e do Maranhão, através de sua programação cultural e científica. És nosso Patrono maior!

Gonçalves escute: há teus seguidores que cantam seus amores, que são apaixonados, como eu, pela ilha de São Luís, onde viveste embalado de amor por tua musa! Neste mês de setembro, houve um grande movimento de instituições, associações, poetas, artistas plásticos, fotógrafos, escritores, jornalistas, meios de comunicação e muita gente que te ama e homenageia, nessa importante cidade histórica e cultural, repleta de contradições sociais, urbanas e de diversas ordens. Aos poucos, discorreremos sobre os diversos aspectos da “ILHA DO MARANHÃO”, mas encerramos essa narrativa com as palavras de Claude d’Abbevville, registradas no livro “Sur La France Équinoxiale”:  

Passado, Presente – Hoje

Gonçalves Dias completou, no tempo, 191 anos de nascimento.  São Luís completou, em seu tempo de história e cultura, 402 anos. Seus nomes estarão sempre unidos na sinergia do tempo, entre o passado, o presente e o amanhã – futuro. E nós do Grupo ARTFORUM Brasil – Núcleo do Maranhão registraram no período de setembro a novembro, os 14 anos da 1ª Bienal Multicultural do Maranhão, que foi realizada no período de setembro de 1999 a janeiro de 2000, intitulada “Sinergia do Tempo: Passado, Presente, Futuro”, em homenagem a São Luís – Patrimônio Cultural da Humanidade e aos 5 séculos de fundação do Brasil, pela Coroa Portuguesa.

Enfim Gonçalves, Deus escutou tua prece, e nós também oramos por São Luis, pelo Brasil e pela Paz da humanidade, nesse tempo de guerras violentas que matam crianças, jovens e sonhos de liberdade.  “Não permita Deus que eu morra, Sem que eu volte para lá”. E ainda avistastes as terras e palmeiras do teu Maranhão.

Que Deus não permita que haja mais violência nas florestas, vilas, ruas e cidades do Brasil e do mundo! Que a cultura de Paz se espalhe pelo mundo, com urgência!


Tributo à ‘Canção do Exílio’, de Gonçalves Dias

                                     Por Ana Maria Félix Garjan


Onde havia teus pássaros, belas aves e palmeiras cantadas por ti, Gonçalves Dias,
Há queimadas, tuas palmeiras já morreram, os teus sabiás estão quase mudos;
Nosso céu está cinzento, a poluição é grande no Maranhão e no nosso planeta
Mas ainda vemos estrelas que miram os seres da terra; imaginamos o teu céu;

Nossos bosques estão desmatados, nada pode ser feito, não há lei, não há paz;
As leis não impedem queimadas das florestas, e os homens maltratam os animais;
Eu também fico a cismar, até onde o homem destruirá nossa natureza, teus Sabiás...
Ainda há várzeas, rios, palmeiras onde cantavam as aves que gorjeavam aqui, e lá;

Nossas vidas, nossos amores estão na corrida contra o tempo das contradições, Dias!
Os prazeres dos homens são perigosos para os inocentes, há muita violência no mundo;
Os governos, as religiões, pessoas, grupos e instituições sofrem perturbações
O mundo está confiante na renovação, não queremos guerras, pedimos paz às nações;

Em nossa terra ainda buscamos ‘primores’, desejamos ouvir o canto dos teus Sabiás,
Queremos que mil poemas corram o mundo, que haja tempo de renovar tua memória!
O teu ‘Canto do Exílio’ é uma declaração de amor e respeito à natureza daqui e de lá.
Tua vida, nossas vidas estão escritas neste livro, onde poetas cantam versos para ti!
Que Deus permita que possamos viver nossos amores e artes, ao som de ventos e brisas
E que possamos renascer e contribuir com a natureza, para salvarmos nosso planeta!


São Luís, cidade amada por Gonçalves e por nós.

Enfim São Luís, que Deus escute nossas preces, as preces dos teus filhos, filhos adotados e amigos apaixonados por tua cultura. Que haja mais organização em teu solo, que tuas águas sejam mais limpas, que teu patrimônio seja cuidado, zelado, respeitado. Que teu povo conquiste todos os seus direitos sociais como cidadãos ludovicenses, maranhenses e brasileiros. Que o governo do município e o governo do estado sejam portais maiores do desenvolvimento de São Luís e de todas as cidades! E que um grande caminho seja iniciado rumo ao teu futuro, que começou em julho de 1612, através das ações de La Ravardière e François de Razilly, quando organizaram a construção do Fort Saint-Louis e fizeram diversas viagens de exploração ao Maragnon.

Que teu futuro seja justo e feliz, São Luís!













A DAMA QUATROCENTONA

Ana Luiza Almeida Ferro


Bafejada pelo vento mântico
ora sibilante
ora silente
no milenar balouço do Atlântico
por vezes bravio
por vezes suave
repousa uma dama na rede
a receber os navios
a despachar as marés
sempre a enroscar-se de sede
na Fonte do Bispo
na Fonte do Ribeirão
uma serpente em busca da cauda
sempre mítica
casualmente real
em cada pequena lauda
com água por todos os lados
a abordar a praia grande
a encher a lagoa encantada
no porto de todos os fados.

Da carruagem de Ana Jansen a dama
que os franceses embalaram
e fizeram sua
que os lusos conquistaram
e cobriram de azulejos
que os holandeses violaram
e deixaram nua
que os brasileiros cortejaram
e acolheram sem pejos
contempla o lento tecer das parcas
o tempo a deixar suas marcas
no chão que tantos pisaram
que tantos heróis cultivaram
com sonho, suor e sangue
no forte ou no mangue.

Do belo mirante a dama
com jeito de bacuri
da cor da juçara
com gosto de sapoti
de sotaque de zabumba
com cheiro de pequi
seduz os leões do poder
ouve os tambores e pede as mercês
acompanha a marcha da insensatez
pelas ruas e becos do Reviver.

Do alto das palmeiras a dama
da cocada, do cuxá
do boi, do cacuriá
de muitos sortilégios
e alguns privilégios
de fiéis ou venais pretendentes
de faustos ou ruços presentes
Atenas bem brasileira
ilustrada, festeira
filha de Japi-açu
dona do babaçu
avista a baía do santo
desce para o Largo dos Amores
do sabiá procura o canto
na igreja se veste de flores
lamenta os agravos com espanto.

E assim a grande dama
bem matrona
se senta à beira-mar
no conforto de sua fama
abre o leque e se abana
e deixa a História navegar.

E assim a grande dama
quatrocentona
se senta nas pedras de cantaria
onde o passado esconde a chama
solta os cabelos ao afago da brisa
e deixa a realidade virar fantasia.



Portal de entrada do Solar dos Vasconcelos, em São Luís


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